A Nutaliose é transmitida principalmente pela picada do carrapato, porém há outros insetos sugadores como as pulgas e os mosquitos, que também podem transmiti-la. Os protozoários causadores são o Babesia caballi e o Babesia equi. O parasita infesta as células do sangue e as destrói, causando uma anemia de grau variável. Se ela for muito intensa, observa-se o animal triste, magro, com febre, fraco, com as mucosas amareladas, pelagem feia e pode até morrer. Porém o mais comum é uma anemia branda, quando se observa cansaço após o exercício e diminuição da performance atlética.
Diagnóstico
Para ter o diagnóstico confirmado deve-se recorrer ao exame de laboratório, denominado exame de Piroplasmose, que é um teste seguro aceito na maioria dos países do mundo. Para se realizar este exame, utiliza-se aproximadamente 5ml de sangue sem anticoagulante (qualquer frasco serve para coletar o sangue, desde que esteja bem limpo e seco). Pode-se fazer também a pesquisa de hematozoários, que é mais antiga e conhecida, mas ela só funciona bem para detectar casos agudos, quando o animal tem febre alta.
Para fins de viagens internacionais, este é um dos exames necessários para o controle fitosanitário de cavalos e para sua conseqüente liberação. Felizmente, para o plantel brasileiro, esse modelo de exame possui baixa sensibilidade e pode-se tratar o portador crônico para que seus anticorpos desapareçam momentaneamente e o animal possa viajar alguns meses após o início do tratamento.
Porém, já existe a probabilidade de se tornar obrigatório um teste moderno e mais sensível, denominado “Elisa”. Este teste detecta os portadores crônicos, mesmo que apareçam como negativos na fixação de complemento. Isto, para a criação brasileira, poderia se tornar um verdadeiro desastre, já que um número tão alto de animais está contaminado. Isto poderia significar o término de várias carreiras internacionais para alguns cavalos brasileiros de renome.
Portanto torna-se urgente a aplicação de medidas de controle de infecção nos criatórios, para no futuro continuarmos firmes no mercado eqüestre internacional.
Controle
A única medida eficaz para o controle da Nutaliose é combater os carrapatos por todo o haras e áreas freqüentadas. Para isso é necessário identificar a espécie correta de carrapato que está parasitando os cavalos. Isto pode ser feito através de uma aplicação do teste “Elisa” em todo plantel a fim de detectar exatamente as espécies que estão presentes. Não basta simplesmente identificar o carrapato visualizando-o, pois existem espécies que não se deixam ser visualizadas ou raramente aparecem. Detectando o intruso, o próximo passo é conhecer seus hábitos, tornando o combate mais efetivo, pois cada espécie tem um ciclo diferente e devem ser combatidas em diferentes épocas e períodos. O recomendável é a visita de um técnico especializado que possa avaliar as medidas adequadas a serem implantadas na propriedade. Assim, poderá se planejar adequadamente os banhos estratégicos, o controle das plantas invasoras nos campos e o manejo das pastagens.
Tratamento
A Nutaliose provocada pela Babesia caballi pode ser combatida pelo sistema imunitário do animal que a elimina da circulação sangüínea. Já a Nutaliose provocada pela Babesia equi não pode ser eliminada pelo animal. Infelizmente ele se torna um portador crônico pelo resto da vida. Existem medicamentos disponíveis no mercado que podem controlar a doença, porém não eliminá-la. Se houver uma queda de resistência no organismo do animal, é provável que a doença se manifeste em sua fase aguda, tendo que fazer a manutenção através destes medicamentos. Deve-se deixar os cuidados a cargo de um veterinário, pois os medicamentos são todos muito tóxicos e produzem muitas vezes efeitos colaterais sérios que só um profissional especializado saberá como contornar.